Obesidade
Se uma diminuição de ingestão de calorias e um aumento da atividade física são suficientes para a manutenção de um peso ideal porquê em nossa sociedade multiplicam-se os quadros de obesidade?
Uma dieta rica em gordura leva a obesidade. Hoje consumimos quase 20% a mais de gordura do que em 1978, além disso mais de 90% da nossa alimentação são compostos de gorduras saturadas e açúcares industrializados.
A obesidade é um importante problema de saúde da atualidade, atinge indivíduos de todas as classes sociais e constitui um estado de má nutrição em decorrência de um distúrbio no balanceamento dos nutrientes.
O peso excessivo causa problemas psicológicos, frustrações, infelicidade, além de uma gama enorme de doenças .
O aumento da obesidade tem relação com o sedentarismo, a disponibilidade atual de alimentos, erros e hábitos alimentares como a prática alimentar dos lanches rápidos, conhecidos como fast foods e pelo próprio ritmo desenfreado da vida atual.
A prática alimentar dos lanches rápidos apresenta-se tão difundida, que as pessoas deixam de sentar-se à mesa, para ir a uma lanchonete. O fast food virou programa e lazer para a maioria dos adolescentes.
Na Itália onde a percentagem de sobrepeso e obesidade na população é metade da encontrada nos EUA, os Italianos vivenciam o momento das refeições como sagrado. As famílias se reúnem, o comércio fecha, sendo este estilo de comer a antítese do fast food americano.
A obesidade aliada ao sedentarismo ganha status de problema, de questão de saúde pública, já que a obesidade aparece como a condição que aumenta o risco de morbidade para as principais doenças crônicas - hipertensão, dislipidemias, diabetes, doenças coronarianas, alguns tipos de câncer e colecistite.
Os meios de Comunicação, de um modo geral, bombardeiam os indivíduos com propagandas que de um lado estimulam o uso de produtos dietéticos e cultuam um corpo esteticamente perfeito e, de outro, instigam ao consumo de lanches tipo fast food. E o resultado está aí: hoje nos EUA as cadeiras dos estádios, foram aumentadas de 35cm para 48cm, dos cinemas de 45cm para 55cm e dos aviões mais 4 cm..
Poucos transtornos são tão visíveis com a obesidade e também poucos geram tanta censura por parte da sociedade. A resposta emocional do obeso é normalmente de dor e culpa. É comum encontrar associados à obesidade quadros depressivos e ansiosos.
O Obeso e o portador de sobrepeso sofrem um grande estigma por não estarem de acordo com o padrão de beleza cultural, o que acarreta em uma baixa auto estima e uma profunda sensação de inferioridade e menos valia.
Apesar da tirania estética dos tempos atuais, emocionalmente o peso ideal seria aquele onde a pessoa se sente bem quando se olha no espelho e que a permite exercer plenamente suas atividades, não importando o quanto a balança está marcando.
O tratamento do paciente obeso deve incluir ações conjuntas realizadas pelo médico (quando a obesidade é secundária a um quadro clínico específico), nutricionistas, psiquiatra (quando o paciente apresenta comportamentos bulímicos, depressão média ou severa ou ansiedade severa) e psicólogo.
Um tratamento integral do paciente obeso deve englobar não apenas ferramentas que o permitam uma mudança de hábitos alimentares e de estilo de vida, como também deve prover ferramentas básicas de fortalecimento interno emocional que permitam uma reestruturação de sua auto estima e de sua auto imagem.
O êxito terapêutico nestes quadros não está apenas na redução de peso. É sim uma meta mais abrangente de qualidade de vida, através de um estilo de vida menos sedentário, uma maior aceitação da imagem corporal, fortalecimento da auto estima e reequilíbrio da dinâmica psíquica.
Psicóloga Simone Mello Suruagy