Tratando o TOC
O início do tratamento do paciente com TOC normalmente se dá após muitos anos do aparecimento dos primeiros sintomas. Existe tanto uma resistência dele em procurar ajuda como uma negativa capacidade da família em se adaptar as extravagâncias de seus rituais. Sabe-se que mais de 80% das famílias acabam se envolvendo de alguma forma ou mudando seu comportamento para acomodar-se aos sintomas do paciente.
Em uma parceria entre família, psicoterapeuta e psiquiatra hoje temos obtido excelentes resultados no tratamento do paciente com TOC. O processo psicoterapêutico envolve a psicoterapia analítica onde as bases emocionais dos sintomas são tratados e a terapia cognitivo-comportamental onde se busca a gradual exposição e habituação aos sintomas.
Várias medicações antidepressivas mostraram ter uma ação antiobsessiva. Em algumas semanas os resultados já se apresentam mas alguns pacientes podem não responder a uma determinada droga e poderá ter uma resposta satisfatória a uma segunda.
A redução dos sintomas é gradual e progressiva podendo ocorrer recaídas durante o tratamento por esse motivo dizemos que se trata de um acompanhamento de longo prazo.
Existe um forte componente emocional que motiva os sintomas obsessivos e compulsivos que são trabalhados e elaborados junto com o psicoterapeuta que também ensina o paciente a desafiar seus medos, por exemplo, expondo-se às situações que evita ou tocando nos objetos que considera contaminados (exposição e prevenção dos rituais) e em algum tempo a ansiedade e o desconforto desaparecem (habituação).
Psicanalista Ana Suruagy Botto