Anorexia
Um dos primeiros sintomas da Anorexia é a perda da noção que a pessoa tem da sua imagem corporal.
AnorexiaMesmo magra e muito magra, ela se vê gorda, acredita que precisa emagrecer ainda mais, e que o melhor jeito é parar de comer ou provocar a purgação.
Ao passo que emagrece, o anorético continua a achar que está gordo, mesmo que esteja dezenas de quilos abaixo de seu peso ideal. Não há estatísticas precisas, mas sabe-se que cerca de 20% das anoréticas morrem.
Fazer regimes e cuidar da forma física é normal, mas no caso da Anorexia ocorre uma obsessão por emagrecer. Pessoas com 35 quilos que querem perder ainda mais peso.
O quadro se tornou mundialmente conhecido através de pessoas famosas que desenvolveram o distúrbio entre elas a Princesa Diana, a atriz Jane Fonda e nos anos 70, a cantora Karen Carpenter que no auge do sucesso chegou a pesar 35 quilos.
É a patologia de maior risco de morte entre jovens mais vulneráveis as demandas culturais pelo magro-belo, por necessitarem se sentir aceitos e inseridos nos padrões da moda. A magreza como meta está diretamente relacionada ao modelo de mulher de sucesso.
O padrão estético cultuado e admirado em nossa sociedade é muito próximo ao anorético. Comparemos as atrizes da década de 50 com as de hoje. E ao lado da Barbie, todos nós nos sentimos acima do peso.
E essas mulheres infelizmente, não acreditam que este medo de engordar é uma doença. Por este motivo, só procuram tratamento quando estão em um momento avançado do distúrbio.
Sintomas:
Recusa voluntária dos alimentos
Exercício compulsivo
Uso de laxantes e diuréticos
Vômitos auto-induzidos
Isolamento social
Uso compulsivo da balança
Transtorno severo da imagem corporal
Negação de sensações de fome, sede, fadiga e sono
Negação da doença
Desinteresse sexual
Medo de perder o auto-controle
Grande perda de peso
Amenorréia (perda da menstruação)
Arritmias e bradicardias
Infarto e morte (casos muito graves)
Tratamento:
Geralmente o quadro psicopatológico na anorexia é trazido à psicoterapia através de um conflito familiar. A família percebe o comportamento do anorético, preocupa-se com ele, e este não admite que precisa de ajuda.
Este conflito precisa ser transformado no primeiro elemento de apoio ao doente. Mudar o que ele acha que seja critica, acusação e invasão de sua privacidade em colaboração e diálogo.
O tratamento com o anorético é geralmente multidisciplinar, dependendo do grau a que chegou a patologia.
A Psicoterapia enfrentará todo um conceito distorcido de auto-imagem corporal e passará por várias fases diferentes de engajamento do paciente ao processo psicoterapêutico. Cada uma dessas fases exigirá do Psicólogo, da equipe de profissionais e da família, uma coesão que consiga entender e desmobilizar as resistências do paciente.
O anorético precisa encontrar no exterior a coerência, firmeza e respeito que o seu processo, tão carregado de auto-destrutividade, não o permite ter.
Psicóloga Ana Suruagy Botto